Aug 17, 2009

Notas sobre a ficção - o projeto

Observação: As postagens deste projeto foram retiradas do blog do autor, exatamente como tinham sido lá colocadas. Entre em Na Ponta dos Lápis e acompanhe mais.

Inauguro hoje um novo projeto aqui no blog, um projeto relacionado a minha tese de mestrado. Estudo uma nova forma de se perceber a ficção que ocorre nos dias atuais; como as fronteiras entre ficção e real são cada vez mais tênues e como os mundos ficcionais se tornaram também produtores de realidade. Por este motivo, eles passam a ter uma grande influência na sociedade, pois são usados pelos indivíduos como base para suas noções do que é certo e o que é errado, o que é importante, portanto. Como nos diz Muniz Sodré, no livro "Antropológica do espelho",“ninguém vota em um político ‘televisivo’ porque a tevê manda (...) e sim porque fez sua escolha a partir de um cenário – que a tevê cria por notícias convenientemente editadas, dramas, espetáculos, entrevistas, comentários” (SODRÉ: 2002; 28)

Naturalmente, essa incorporação das verdades apresentadas numa ficção não acontece de forma direta. Ela ocorre através de processos analógicos e metafóricos. O que farei por aqui, mais como um exercício, é analisar alguns produtos midiáticos, como filmes, novelas e livros por intermédio desta visão; isto é, tentando mostrar como as realidades construídas nestes mundos ficcionais podem alterar a realidade em que nós vivemos, como podem modificar as relações de verdade e poder na sociedade. Enfim, será uma análise de filmes e livros através de um método um pouco diferente e, ao meu ver, mais interessante.

Pretendo começar com uma análise de dois filmes, o novo filme do "Incrível Hulk" e também do "Homem de ferro". Eu os assisti faz pouco tempo e percebi algumas coisas interessantes a serem comentadas. Espero que gostem das futuras análises.


Para esclarecer um pouco mais a proposta, aqui segue o texto da contra-capa do livro:

Qual seria a posição da ficção em um mundo em que muitos afirmam, com cada vez mais veemência, que o real já não mais existe? Esta é a questão principal desta tese. Num período em que o próprio real é visto como simulacro, a ficção se liberta da obrigatoriedade de representá-lo, torna-se uma produtora de realidade, sendo capaz de influenciar as relações de verdade e poder na sociedade, assim como as construções de identidade e consciência.

Num mundo globalizado e permeado pela tecnologia, esta ficção atua por intermédio da mídia. É justamente através dos produtos midiáticos – de um bios midiático – que esta ficção chega até as pessoas, transformando a mídia em uma arena em que ocorre a luta pela verdade e pelo poder na sociedade.

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